Postado em 8 de setembro de 2020
É fato que conhecemos ao menos uma pessoa que passou ou está passando por uma depressão. E a patologia está diretamente ligada ao estresse e a ansiedade. Atualmente, a enxurrada de informações que recebemos o tempo todo nos faz viver estressados e ansiosos. Isso acaba gerando dificuldades para dormir.
Segundo o psiquiatra Pedro Katz, da Beneficência Portuguesa, de São Paulo, a depressão não é um problema psicológico. Mas, sim, um problema químico que altera neurotransmissores, como a serotonina, e causa desequilíbrio hormonal no organismo.
A partir daí, segundo o especialista, o paciente pode desenvolver quadros de pânico, de medos e, obviamente, quadros depressivos. “Assim, fica um pouco mais simples entendermos a correlação entre a insônia e as alterações de humor”, explica Katz.
De acordo com Dr. Pedro, para tratar a insônia, é preciso saber por que ela acontece. Ele explica que boa parte das insônias são secundárias, por isso, é preciso buscar a causa base para tratar junto com ela. “Funciona assim: nós temos de um lado um hormônio que se chama cortisol, que é o nosso hormônio regulador das nossas atividades do dia a dia e do sono vigília. Ele é o chamado hormônio do estresse, que tem taxas altas de manhã, médias no meio do dia e baixas à noite. Durante a noite, sobe normalmente, a melatonina que não é só o hormônio do sono, mas um hormônio de limpeza dele”, diz. O psiquiatra conta que, para que haja uma limpeza no nosso cérebro e consigamos desempenhar melhor nossas atividades do dia a dia, a melatonina e o hormônio do crescimento precisam subir à noite e o cortisol, descer. É uma conta simples.
Pedro explica que dormir mal altera, sim, a imunidade por conta da alta do cortisol. “Nosso corpo fica em alerta constante não permitindo que as taxas de outros hormônios subam e façam o balanço necessário para o organismo ficar em equilíbrio”, detalha.
De acordo com o especialista, a intensidade e a frequência desse tipo de situação vão determinar suas consequências. Isso significa que o paciente pode perder a capacidade de interagir socialmente, entre outras coisas. Assim, essa vulnerabilidade acaba desenvolvendo um quadro depressivo. “Quimicamente, o paciente se sente muito mal. Ele tem pensamentos ruins, não dorme, não consegue fazer suas atividades e não consegue se concentrar por conta disso”, conta o médico.
Como a insônia causa todo esse desequilíbrio no organismo, como quadros de alteração de humor e comportamento, e alteração de controle de impulso, é muito importante saber todos esses dados para conduzir o paciente ao tratamento adequado. “Eu tenho situações onde vou trabalhar, obviamente, com medicamentos não só para corrigir o sono, mas as consequências da insônia naquele momento”, diz o psiquiatra.
Fonte: Pedro Katz, psiquiatra, Beneficência Portuguesa, São Paulo.
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