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Este mês, teremos aqui no blog, semanalmente, matérias relacionadas a abstinência. Vamos abordar, dentro do tema, vários aspectos. Hoje, é a vez de entender do que se trata e como se preparar para esse período.
Geralmente, a abstinência se dá pela interrupção abrupta do uso de medicamentos ou drogas. O organismo, acostumado com o consumo, reage com muitos sintomas. Isso pode fazer com quem a pessoa não consiga lidar com os efeitos dessa falta – a abstinência – e tenha recaídas. O psicólogo da Clínica Hospitalar Novo Nascer, Marcondes Pereira, explica que o indivíduo que usa substâncias psicoativas é alguém que não consegue lidar com as emoções. “É uma doença biopsicossocial, vários fatores vão interferir na pessoa para que ela desenvolva uma relação de dependência”.
O caminho até a dependência tem início na recreação. A partir daí, a droga passa a ter sentido na vida do sujeito, que começa a usar quando esta diante de dificuldades. “O sistema nervoso central começa a sentir as influências e elas acabam gerando alterações do sistema de recompensa cerebral, que é responsável pelo prazer, pela motivação a desenvolver tarefas. Esse sistema começa a ficar alterado e o indivíduo passa a buscar prazer na substância o tempo todo”, esclarece Pereira.
Para que a pessoa entre em abstinência é necessário, inicialmente, sair do contato com a droga e ter suporte médico, psicológico e familiar. Isso porque acontece uma avalanche de sintomas, como irritabilidade, angústia, depressão, alterações na pressão arterial, tremores, sudorese e delírios. Diante desse cenário, é necessário companhia constante para evitar recaídas. “Muitas vezes, a pessoa não consegue se controlar, já que o sistema cerebral está alterado e vivendo em função do prazer”, diz o psicólogo.
Fonte:
Marcondes Pereira – psicólogo da Clínica Hospitalar Novo Nascer
O corpo está todo conectado. Quando algo não funciona, pode ter relação com uma área que nem imaginamos. Como a saúde mental e o intestino. Veja só, alterações da microbiota intestinal – aqueles micro-organismos que vivem no intestino – e mudanças de humor, cognição e depressão estão associadas. Variações de comportamento do espectro autista, doença de Parkinson e Alzheimer também têm assinaturas microbianas intestinais distintas do padrão de normalidade. “O que não foi estabelecido ainda é se as alterações da composição da microbiota intestinal são causais ou associativas com os distúrbios da saúde mental”, esclarece o professor Dr. Dan Waitzberg, diretor científico na Bioma4me.
Para saber como anda a sua microbiota é necessário fazer um exame de sequenciamento genético a partir da coleta de um fragmento de fezes. Daí o DNA bacteriano é analisado por aparelhos especializados em sequenciamento. Na análise é possível comparar com os perfis considerados normais e estabelecer assinaturas microbianas alteradas.
A modificação da disbiose – alteração da microbiota – pode ocasionar melhora de alguns sintomas mentais. “Nos casos de melhora, observa-se a modificação para uma condição de eubiose, na microbiota intestinal, com o predomínio de bactérias comensais e simbióticas. No entanto, isso não é necessariamente obrigatório”, explicou Waitzberg. O gastroenterologista Bruno Zilberstein, do hospital Beneficência Portuguesa completa “A digestão dos alimentos e sua assimilação depende dessa microbiota ou flora intestinal”.
Existem várias maneiras de fazer a regulação da microbiota intestinal, com mudanças de hábitos e estilo de vida. Entres elas, estão a regulação do peso, ingestão adequada de frutas, legumes e vegetais, prática de atividade física, fim do tabagismo e da ingestão excessiva de álcool, além de iniciar práticas de relaxamento. O uso de prebióticos, probióticos e simbióticos também podem ajudar, dependo da recomendação médica após análise caso a caso.
Fontes:
Professor Dr. Dan Waitzberg – diretor científico na Bioma4me
Bruno Zilberstein – gastroenterologista do hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo
Em tempos de pandemia, em que cada hora se diz algo sobre o novo coronavírus, as pesquisas avançam lentamente em busca da vacina. Algo que está definido, no entanto, é o grupo de risco: idosos, pessoas com doenças respiratórias e fumantes. Mas, em um primeiro momento, o tabagismo tinha sido apontado como um fator protetor contra a infecção. Isso porque as substâncias tóxicas, liberadas pela queima do tabaco, teriam potencial de inibir um receptor presente nas vias aéreas que o coronavírus se conecta e, justamente essa conexão, seria o mecanismo de entrada para o pulmão. Essa possibilidade caiu por terra.
“O que tem se observado é que os fumantes possuem a via aérea inflamada por natureza, então eles já têm uma série de mediadores químicos pró inflamatórios em níveis aumentados no sangue. E um brônquio persistentemente inflamado é um fator de risco não só para infecção do novo coronavírus, mas para outros agentes bacterianos e fúngicos”, explica o pneumologista José Rodrigues Pereira, do hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Estudos epidemiológicos têm sido publicados na literatura cientifica, a maioria deles realizados na China, onde é alta a prevalência de tabagistas. “Em termos de gravidade nos pacientes que apresentaram complicações maiores, o percentual de tabagistas chega a 25%. Nos pacientes críticos, a incidência de quem fuma é de 50%. O que mostra que o cigarro coloca as pessoas em mais risco diante do novo coronavírus de desenvolver uma forma mais grave da doença”, finaliza Pereira.
Fontes:
Pesquisa no site do INCA
José Rodrigues Pereira – Pneumologista do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo
Música faz bem pra alma, muda o dia e o humor de qualquer um. É difícil contestar essa afirmação. E, justamente por ser um sentimento tão universal, a psicologia e a medicina há tempos investem na música para tratar o estresse, por exemplo. Para isso, existe a musicoterapia, técnica terapêutica que usa música e seus elementos sonoros – individualmente ou em grupo – para ampliar a comunicação, relação, aprendizagem, humor, concentração, entre outros benefícios.
Durante a musicoterapia, as pessoas aprendem a identificar sons de diferentes instrumentos e expressar as emoções através deles. Pessoas com necessidades completamente distintas podem participar já que, entre os benefícios, está a redução de ansiedade, estresse e depressão.
Na Clínica Hospitalar Novo Nascer, de Pernambuco, o Jeison Guimarães dos Santos – conhecido como Brahmarsi – é quem coordena as práticas, como a musicoterapia. “A utilização do som como terapia se baseia em timbres, melodias, harmonias e o efeito disso tudo no corpo e psicológico dos participantes”. Na Novo Nascer, são realizadas análises individuais para entender as necessidades de cada paciente e, então, desenvolver o trabalho direcionado. “Em alguns momentos, trazemos músicas que remetem a boas memórias da infância. Em outros, direcionados, encontramos as canções que incitam o dependente a usar drogas e essas não são recomendadas. Tudo para que ele tenha um maior autoconhecimento”, explica Brahmarsi.
De acordo com um artigo publicado pela Revista Latino-americana de Enfermagem, um estudo realizado com 18 dependentes químicos em tratamento, mostrou que, após uma hora de musicoterapia, houve redução significativa dos níveis de cortisol salivar – aquele hormônio do estresse liberado em situações de tensão. É importante pontuar que, no caso dos dependentes químicos, a terapia tem bons resultados quando realizada em conjunto com tratamentos psicológicos e psiquiátricos.
Fonte:
Jeison Guimarães dos Santos (Brahmarsi) – psicólogo e coordenador de práticas na Clínica Hospitalar Novo Nascer
Tristeza, desânimo, perda de interesse, pensamentos negativos, muito sono ou insônia, cansaço extremo, ansiedade, problemas com apetite, irritabilidade. Tudo isso, com um bebê recém-nascido ao lado. Esses são alguns dos sintomas das mães que sofrem de depressão pós-parto. A condição pode acontecer nos primeiros dias, logo após a chegada do filho, até um ano depois do parto.
“A mulher sofre pressão social para se sentir feliz, satisfeita e realizada durante a gravidez. Mas esse é um período cheio de mudanças do organismo, do físico, peso, autoimagem e isso mexe muito com a autoestima. É uma fase cheia de reflexões e questionamentos e inseguranças”, diz o psicólogo Marcondes Pereira da Clínica Hospitalar Novo Nascer.
Se não tiver o tratamento adequado, a doença pode afetar a relação entre a mãe e o bebê – algumas chegam a rejeitar os filhos – o que causa um enorme sentimento de culpa nas mulheres. Mas é importante entender que a depressão não é uma escolha ou falha. Ela está associada a diferentes fatores, como físico, emocional, estilo de vida, histórico familiar de transtornos mentais ou pelo desequilíbrio de hormônios que acontece no final da gestação.
Alguns casos não tratados podem durar meses ou virarem um distúrbio depressivo crônico. O tratamento – com medicamentos e psicoterapia –varia de acordo com cada caso. Mas uma coisa é primordial: a assistência dos familiares.
A Clínica Hospitalar Novo Nascer trata a depressão pós-parto com um processo de ressignificação e realinhamento para que a mulher consiga se reestruturar cognitivamente e supere esse momento. “Temos tratamento com psicólogo e intervenções terapêuticas já que trabalhamos com uma visão holística, em que varias atividades – meditação, esportes, yoga – se para que a paciente se engaje dentro de um processo”, conta Pereira.
Fontes:
Dados – site do Ministério da Saúde
Marcondes Pereira – psicólogo e diretor de assistência psicossocial da Clínica Hospitalar Novo Nascer
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